sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

"HOW CAN I GO ON"

"Sorria sempre"


O sorriso é uma das características que nos distingue. Um simples sorriso pode deixar-nos tão felizes... Incutir-nos esperança, ajudar-nos a sonhar e a vencer os obstáculos diários que a vida teima em colocar enviesados em nosso caminho, enfim, um sorriso espontâneo, caloroso, sincero digno da expressão de contentamento, contagia-nos e transporta-nos para outra dimensão... Um sorriso pode ser um salubre remédio contra aqueles dias cinzentos, o sustentáculo da felicidade que queremos alcançar...
Sorrir é no mínimo um ato de respeito e empatia com o próximo, pois através dele reconhecemos o outro como pessoa. Com um sorriso sincero podemos mudar o mundo, colocando o amor, respeito, autoconfiança e esperança no centro da vida humana ao invés do egoísmo ou o interesse pessoal.
A princípio você pode achar difícil sorrir, e nesse caso deve considerar o porquê. Sorrir significa nossa essência, que estamos sendo nós mesmos, que estamos tendo soberania sobre o nosso destino, que não estamos mergulhados no esquecimento interior.
O Sorriso é a expressão mais bonita que o ser humano tem, nos traz forças e esperanças, é linguagem universal, tem reflexos por toda parte.
Aceitar ou não é uma questão de opção, mudar ou não é uma questão de querer, fazer ou não é uma questão de atitude.
Sorrir é uma questão de atitude, depende exclusivamente de você.
"O sorriso é o espelho da alma”

(A.D)

"De olhos Fechados"



Sou você até quando fechos os olhos...
Eu beijo o mar beijando você... Sempre.
E se desenho o seu nome na areia do amor,
Sou apenas um romântico...
E se um verso bobo escrevo para você chorando,
Sou apenas um romântico...
Se me deleito com seus olhos quando me pisca sedutora,
Sou apenas um romântico...
Se te vejo à distância e me arrepio sem tocá-la,
Sou apenas um romântico...
Sou eu por você! Sou eu com você!
Somos um até de olhos fechados, espero...
Abraçamos a vida entrelaçando os corpos, sempre...
E se rezamos, juntos, a oração do amor eterno,
Estás em mim e estou em ti.
Se encontramos as bocas e nossas almas se beijam,
Estás em mim e estou em ti.
Se choramos juntos as perdas e os ganhos,
Estás em mim e estou em ti.
Assim somos um pelo outro! Somos um!
Então, seja eu...
Seja eu pelo menos com os olhos abertos.
Por que se estou longe e não desenhas meu nome na areia da sua praia,
Não és romântica...
Se não me escreves chorando para dizer como vão as coisas,
Não és romântica...
Por que se a distância te impedir de me piscar sedutora,
Não és romântica...
E se me vendo sem ver, não alcanças o mesmo arrepio,
Definitivamente, não és romântica...
Não és por mim! Não és comigo!
E se não estás comigo quando estamos separados,
Significa que só estou em ti quando estamos juntos.
Se não és por mim, mesmo diante da ausência,
Então somos dois...
E se assim for,
Mentistes até de olhos abertos...
Pois se não somos um, e eu sou o único romântico,
Não poderias nunca ter estado em mim um dia...
Nem de olhos abertos e perto,
Tão pouco de olhos fechados e longe de tudo que deixastes para trás...
Ou seja, eu e mais alguns outros objetos pessoais e descartáveis.

(Adriano DiCarvalho)

"Construção"


Amou daquela vez como se fosse a última Beijou sua mulher como se fosse a última E cada filho seu como se fosse o único E atravessou a rua com seu passo tímido Subiu a construção como se fosse máquina Ergueu no patamar quatro paredes sólidas Tijolo com tijolo num desenho mágico Seus olhos embotados de cimento e lágrima Sentou pra descansar como se fosse sábado Comeu feijão com arroz como se fosse um príncipe Bebeu e soluçou como se fosse um náufrago Dançou e gargalhou como se ouvisse música E tropeçou no céu como se fosse um bêbado E flutuou no ar como se fosse um pássaro E se acabou no chão feito um pacote flácido Agonizou no meio do passeio público Morreu na contramão atrapalhando o tráfego Amou daquela vez como se fosse o último Beijou sua mulher como se fosse a única E cada filho seu como se fosse o pródigo E atravessou a rua com seu passo bêbado Subiu a construção como se fosse sólido Ergueu no patamar quatro paredes mágicas Tijolo com tijolo num desenho lógico Seus olhos embotados de cimento e tráfego Sentou pra descansar como se fosse um príncipe Comeu feijão com arroz como se fosse o máximo Bebeu e soluçou como se fosse máquina Dançou e gargalhou como se fosse o próximo E tropeçou no céu como se ouvisse música E flutuou no ar como se fosse sábado E se acabou no chão feito um pacote tímido Agonizou no meio do passeio náufrago Morreu na contramão atrapalhando o público Amou daquela vez como se fosse máquina Beijou sua mulher como se fosse lógico Ergueu no patamar quatro paredes flácidas Sentou pra descansar como se fosse um pássaro E flutuou no ar como se fosse um príncipe E se acabou no chão feito um pacote bêbado Morreu na contra-mão atrapalhando o sábado

(Chico Buarque)

"Eu sou"



Pitada de loucura
e insensatez,
gota de água
fervente.
Ponta de pimenta
fresca,
zesto de limão,
tempero
sal
açúcar...
Ácida, doce, amarga,
quente ou fria
eu sou
o que faz tua vida
não ser
insípida.

(Jacqueline Aisenman)

"Pensamento"



Somos feitos de carne, mas temos de viver como se fôssemos de ferro.

(Sigmund Freud)

"Soneto do amor inacabado"


O amor não te faz arder em chamas. O nome disso é combustão instantânea. Amor é outra coisa.
O amor não faz brotar uma nova pessoa dentro de você. O nome disso é gravidez. Amor é outra coisa.
O amor não te deixa completamente feliz. O nome disso é Prozac. Amor é outra coisa.
O amor não te deixa saltitante. O nome disso é Pogobol. Amor é outra coisa.
O amor não te faz acreditar em falsas promessas. O nome disso é campanha eleitoral. Amor é outra coisa.
O amor não te faz esquecer de tudo. O nome disso é amnésia. Amor é outra coisa.
O amor não te faz perder a articulação das palavras de repente. O nome disso é AVC. Amor é outra coisa.
O amor não te faz sentir borboletas no estomago, o nome disso é fome. Amor é outra coisa.
O amor não te deixa completamente imóvel. O nome disso é trânsito em São Paulo. Amor é outra coisa.
O amor não te deixa molinho e manhoso. O nome disso é Rivotril. Amor é outra coisa.
O amor não te deixa temporariamente cego. O nome disso é spray de pimenta. Amor é outra coisa.
O amor não faz seu mundo girar sem parar. O nome disso é labirintite. Amor é outra coisa.
O amor não te deixa sem chão, o nome disse é cratera. Amor é outra coisa.
O amor não te deixa quente e te leva pra cama. O nome disso é dengue. Amor é outra coisa.
O amor não retribui suas declarações. O nome disso é restituição de imposto de renda. Amor é outra coisa.
O amor não leva teu café da manhã na cama e ainda dá na boquinha. O nome disso é enfermeira. Amor é outra coisa.
O amor não te faz olhar pro céu e ver tudo colorido. O nome disso é queima de fogos de artifício. Amor é outra coisa.
O amor não te faz ficar simpático e amoroso de repente. O nome disso é Natal. Amor é outra coisa.
O amor não te liberta. O nome disso é alvará de soltura. Amor é outra coisa.
O amor não te deixa à mercê da vontade alheia. O nome disso é Boa Noite Cinderela. Amor é outra coisa.
O amor não te dá a chance de mudar o que está diante de você. O nome disso é controle remoto. Amor é outra coisa.
O amor não tira suas defesas. O nome disso é HIV. Amor é outra coisa.
O amor não te pega desprevenido e te impulsiona para frente. O nome disso é topada. Amor é outra coisa.
O amor não faz o coração bater mais rápido. O nome disso é arritmia. Amor é outra coisa.
O amor não te faz ver tudo com outros olhos. O nome disso é transplante. Amor é outra coisa.

(A.D)

"Sintonia"


Essa nossa sintonia tem cheiro de telepatia.
Será isto magia?
Não sei!
....Mas arrepia...

(Vinicius de Morais)

"Ligeirezas"


Tem dias que a vida é tão ligeira
que acabo ficando no meio do caminho,
fazendo passados. E quando lembra que eu preciso esquecer,
volta em passos lentos não me querendo mais
desfazendo os seus tantos presentes.


Só então não espero que ela me acompanhe.
Vou atrás dos seus rastros, colho suas lindezas e planto suas sementes. Porque é nessa ligeireza que a gente sempre deixa cair das horas um segundo que pouco importa e reserva dentro dos milésimos um silêncio um milagre um outro tempo que ainda acorda.

(Priscila Rôde)

"Sentir apenas"


Sinto o vento do mar soprar em meu rosto

Fecho os olhos para senti-lo tocar minha pele.

Seria este vento invisível a mão de Deus?

Acho que sim...

Todas as grandes mudanças na minha vida

Foram precedidas por um vento vindo não sei de onde,

Como quem sopra as velas de um barco

Que precisa ir mais longe...

Seria o vento o destino?

Levando este barco para novos lugares?

Talvez eu seja o próprio vento,

Porque nem todos vêem o vento

Assim como não vêem a mim,

Mas me alcançam pelas palavras,

nesta busca infinita

De mim mesma...

Talvez o vento venha para juntar meus retalhos,

Para depois contar histórias de vida,

De vidas tantas que suavizam o cansaço, e

Que me protegem feito manta colorida,

Embalando sempre meus sonhos.

(Sônia Schmorantz)

"Viu"


Viu?
Vento contra é pra gente voar...

Você já viu uma Pipa voar a favor do vento ?
Claro que não.
Frágil que seja, de papel de seda e taquara, nenhuma
se dá ao exercício fácil de voar, levada suavemente
pelas mãos de alguma corrente.

Nunca.
Elas metem a cara.
Vão em frente.

Têm dessa vaidade de abrir mão de brisa e preferir
a tempestade.
Como se crescer e subir fosse descobrir
em cada vento contrário uma oportunidade.

Como se viver e brilhar fosse ter a sabedoria de ver
uma lição em cada dificuldade.

No fundo, no fundo, todo mundo deveria aprender
na escola a empinar pipas, pandorgas ou raias.

Para entender, desde cedo, que Deus só lhes dá
um céu imenso porque elas têm condições de o alcançar.

Assim como nos dá sonhos, projetos e desejos,
quando possuímos os meios de os realizar.

De tempos em tempos, voltaríamos às salas de aula
das tardes claras só para vê-las, feito bandeiras,
salpicando o azul.

Assim compreenderíamos, de uma vez por todas,
que pipas são como pessoas e empresas bem sucedidas: usam a adversidade para subir às alturas.

(José Oliva)